terça-feira, 16 de setembro de 2014

Erro bobo transforma sonho em decepção

O maior torneio de clubes do planeta começou hoje, e já com fortes emoções.

Ludogorets, time búlgaro de uma cidade com menos de 50.000 habitantes já havia conseguido sua classificação para a UCL de forma heróica (nos play-offs, teve seu goleiro expulso no segundo tempo da prorrogação, o jogo foi para os pênaltis, o zagueiro Moti foi para o gol agarrou dois pênaltis e converteu o seu pênalti, classificando pela primeira vez o Ludogorets para a Champions), hoje não foi com menos emoção.

Jogando em Anfield, contra o gigante inglês Liverpool, o time búlgaro não se acovardou, mostrou um bom futebol - bem organizado taticamente, fazendo triangulações, com jogadores com bom toque de bola -, o time búlgaro foi pra cima dos Reds, e jogou melhor. Colocou uma bola na trave, marcou pressão, soube tocar a bola, só pecou defensivamente.

Quando estava melhor no jogo, tomou um gol de contra-ataque, marcado por Balotelli. Porém, o Ludogorets não se abalou, continuou jogando pra frente e chegou ao empate com Dani Abalo, após uma boa assistência de Hamza. Porém, o sonho virou decepção, e no lance seguinte uma bola mau recuada para o goleiro do Ludogorets, que não conseguiu dominar, acabou sendo desarmado por Manquillo e cometendo um pênalti bobo e desnecessário, já que era uma jogada lateral, sem condições de finalização. Resultado - Liverpool 2 X 1 Ludogorets, com o gol de pênalti convertido por Gerrard.

Para o Ludogorets, que mereceu ganhar, fica a lição que em Champions não pode errar, para o Liverpool o recado que ainda tem muito pela frente se quiser voltar a ser o maior clube inglês, e para o futebol, fica a lembrança de uma excelente partida, com a emoção que só o futebol proporciona.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Racismo no futebol: a que ponto chegamos?

No dia 28/08 na partida entre Grêmio X Santos pela Copa do Brasil torcedores do Grêmio foram flagrados gritando ofensas racistas para o goleiro Aranha do Santos, chamando-o de macaco. O senso comum, imediato e correto é a criminalização do ato, porém, vamos pensar um pouco.

Quem já foi em jogo sabe que ofensas ao juiz, ao time adversário e aos jogadores adversários são as coisas mais comum que existem. Canta-se para o Fluminense "Ooo, oo, oo oooo time de viado" e para o Flamengo canta-se "ela, ela, ela, silêncio na favela", ambos cânticos preconceituosos, o primeiro se trata de preconceito homofóbico e o segundo de preconceito social, e isso é o de menos, na maioria dos casos há xingamentos diretos aos jogadores; porém, nunca houve uma investigação, uma punição, nem nada do tipo, com exceção, é claro, desse caso envolvendo a torcedora gremista (foto a cima). Um preconceito pode e outro não? Por que? Ao meu ver os casos são passíveis sim de punição civil e futebolística, mas pegar um caso pra pato é idiotice, é pra aparecer.

O povo brasileiro é preconceituoso, no dia-a-dia, tem-se preconceitos com nordestinos aqui no sudeste, tem muitos preconceitos homofóbicos, inclusive na política que "manda" no país, mas o racismo há um medo gritante que aconteça, mas acontece, o Brasil é um país racista, mesmo tentando esconder o passado escravista. "O Brasil é o país da miscigenação", "aqui não tem racismo, racismo é só lá fora", "somos todos macacos"... Tudo mentira... Tudo jargão político. O Brasil é um país racista e preconceituoso sim.

Voltando para o futebol, hoje o Grêmio foi punido, eliminado da Copa do Brasil por causa do ato da torcida. Novamente, na minha opinião, é uma punição passível de ser aplicada sim, e está certo ser aplicada, apóio a punição, o time é responsável pela sua torcida sim, principalmente sendo o mandante. Porém, como disse a cima, pegar o Grêmio pra pato é querer aparecer. Por que não pune também quem chama o Grêmio de Gaymio? E outras coisas também, muito piores que preconceito: a torcida do Corinthians já matou torcedores adversários tanto dentro quanto fora do estádio e o Corinthians nunca foi eliminado de um torneio. Matar pode, xingar não.

Sou contra todo tipo de preconceito, mas pegar um caso pra pato é pura hipocrisia. Pra encerrar:
"Jamais terás a Cruz este é meu batismo
Eu tive que lutar contra o teu racismo
Camisas Negras que guardo na memória
Glórias, lutas, vitórias essas é minha história [...]
Eu que lutei por negros e operários
Te enfrentei, venci, fiz São Januário [...]"

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Pouca verba?! Galliani resolve...

 Pois é, mais um mercado de transferências do Calcio chegou ao fim, e esse foi um mercado cheio para os rossoneri. Apesar de já começar o mercado relativamente bem, com as contratações de Ménez e Alex, ambos do PSG, o torcedor do Milan ficou um bom tempo coçando a sua preocupada cabeça enquanto as negociações por Cerci e Iturbe falhavam incansavelmente. Mas não se preocupem nunca com o mercado rossonero, pelo menos enquanto o Sir Adriano "Tio Chico" Galliani for o nosso honroso "CEO". Depois das saídas (que soltem os fogos) de Robinho e Constant, o time de Sílvio Berlusconi só tendeu a ter mais um ano de fracasso, a grana entrou, mas de jeito nenhum ela era vista saindo, só que estavam se esquecendo de algo: É justamente nos últimos dias de mercado que o cérebro de Adriano Galliani começa a agir.

                                 Galliani comemorando a saída de Robinho (ufa!)

 O primeiro aparecimento do cérebro de Galliani no mercado deste ano, depois das vendas de Robinho e Constant, veio com a venda de Balotelli. Apesar de há muito tempo já estarem afirmando na Inglaterra que o Arsenal estaria "quase fechando" com o atacante italiano, foi o Liverpool que passou na frente e comprou o problemático Super Mario. Com as características claramente opostas do que se pedia o técnico, e mito, Pippo Inzaghi, Balotelli não era um jogador de grupo, era individualista, vibrava pouco, e, em outras palavras, seu espírito de equipe não exalava em nenhuma circunstância, foi então que a partir desse momento começou, de fato, o mercado rossonero.
 Vários nomes e possibilidades apareceram para assumir o posto deixado por Balotelli, dentre as opções estavam Chicharito, Jackson Martínez, Falcao García e o incompreensível Frederico Chaves Guedes, mais conhecido como Fred. Nenhum desses veio para assumir o lugar deixado por Mario Balotelli, que mesmo com vários problemas era o jogador mais perigoso e decisivo que o Milan tinha, foi então que sutilmente ganhou força o nome de Fernando Torres, que estava encostado (mesmo que atuando quase sempre) no Chelsea. A contratação de El Niño trouxe novo fôlego pra torcida rossonera, seja por parte das "Torrezetes" ou por parte daqueles que esperam ver o Torres do Atlético de Madrid voltando a brilhar e impondo medo aos adversários, tal como o time do Milan um dia o fez. De Torres para outra aquisição não demorou muito e Adriano Galliani, poucos dias depois, já estava anunciando a contratação de Marko Van Ginkel, vulgo Justin Bieber holandês, nova esperança para os rossoneri, que esperam ver em Van Ginkel um substituto temporário do capitão lesionado, Montolivo. Mas vindo de Galliani ainda era muito pouco, faltava a cereja do bolo, a famosa "Contratação de última hora". E ela veio. Biabiany, sorridente, alegre, o Robinho 2.0, chegava pela manhã para assinar seu contrato, cedido pelo Parma em troca de Zaccardo, lateral direito/zagueiro do Milan, ao pegar a caneta, tirar uma foto com o cachecol rossonero e quase segurar a faixa "We are AC Milan" (que praticamente selaria o negócio) Zaccardo desmentiu tudo e "melou" toda a negociação, simplesmente dizendo "no" ao Parma. Pronto, como já não gostavam do jogador esse foi mais um motivo para lhe mandarem uma chuva de ofensas, mas eis que Zaccardo também é mito, e ao lado de Adriano Galliani talvez seja um dos melhores "experts" de mercado por aí, pois a sua permanência fez o Sir Tio Chico acertar com o meia Bonaventura, camisa 10 e destaque da Atalanta na última temporada, fechando assim o bom mercado rossonero, que contou ainda com as vindas de Rami e Poli em definitivo e Armero, esse mesmo, aquele que toma um choque cada vez que faz um gol. E foi assim que se encerrou mais um mercado rossonero, mais uma temporada de surpresa nos aguarda. Será que o Milan consegue uma vaga em alguma competição europeia? Será que Honda finalmente desabrochará e mostrará seu bom futebol? Será que Zaccardo ganhará um lugar cativo no time por ajudar, mesmo que irracionalmente na, para muitos, melhor contratação do time nesse mercado? Essas peguntas só o Milan e Pippo poderão responder, e antes que esqueça, um forte abraço à todos os meus amigos biancocelesti, vocês podem ter ressuscitado um gigante.